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24 de outubro de 2012

Manaus: o ontem e o hoje de seus contrastes


É impossível não perceber as mudanças que a passagem do tempo revela. Se já é tão perceptível quando se observa o aspecto físico de uma pessoa durante sua vida, o que dirá sobre uma cidade como Manaus, em seus mais de três séculos de história, contada através de seus prédios, monumentos, praças e ruas. Para viajar no tempo, basta um olhar em uma simples fotografia do início do século XX. Para perceber as mudanças que ocorreram com o passar dos anos, um breve passeio pelas suas ruas já seria suficiente.

É difícil não notar a diferença arquitetônica entre seus prédios, como o Teatro Amazonas, e os prédios e obras recentes, construídas junto a Zona Franca. Enquanto os primeiros nasceram em uma época próspera em que Manaus tinha a alcunha de “Paris dos Trópicos”, os últimos demonstram a transformação que o parque industrial trouxe para a cidade. Demonstram a mudança de sua economia: do extrativismo da borracha para o desenvolvimento de equipamentos eletroeletrônicos, entre outros produtos.


Esse contraste também é notado em sua forma de ser, antes acostumada com o esplendor que o “ouro branco” lhe trazia: construções grandiosas com estruturas e detalhes importados; roupas lavadas na Europa, de onde vinham as maiores novidades de seu comércio; uma das primeiras a implantar iluminação elétrica pública, bonde elétrico como transporte coletivo, telefonia e ter a primeira universidade do Brasil, a então Escola Universitária Livre de Manáos.


Esse luxo cedeu espaço, após um período de decadência com o fim do império da borracha, para a sua expansão: com avenidas, viadutos, seus ainda tímidos arranha-céus, o maior porto flutuante do mundo e a Ponte do Rio Negro, oriundas de uma nova face. Uma nova cara pra cabocla menina dos olhos do mundo, escondida entre a maior floresta tropical do planeta, banhada pela maior rio em extensão e volume d’água da Terra.


Todo esse contraste se revela ainda mais entre os seus moradores. De todas as raças e credos, nascidos de sangue miscigenado de índios, negros e brancos. De diversas etnias indígenas, africanas ou do Velho Continente. Migrados do interior do Amazonas, do Nordeste do Brasil ou da Ásia. Todos se reúnem neste espaço de terra, sob o sol equatoriano, que brilha igualmente para cada um.

Em 343 anos de existência da mãe dos Deuses, Manaus, faltam apenas que os ilustres habitantes dessa pequena amazona cuidem mais, defendam com brio e se orgulhem desta cidade, rica em história e gigante em nosso país e em nossos corações manauaras.



Conheça mais sobre Manaus e sua história.



*Texto baseado na redação escrita ao Processo Seletivo Contínuo (PSC), Etapa III, para ingresso na primeira universidade do Brasil, a agora Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

*Fotos extraídas de: Comunidade Manaus de Antigamente - Facebook e Ponte do Rio Negro - Wikipédia

5 comentários:

  1. Que lindas as palavras sobre a nossa cidade.

    Parabéns Manaus!!!

    Pelos 343 anos... que cada dia nossa cidade só venha a crescer mais e mais..o parabéns é seu mas o presente é nosso!

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  2. Manaus merece todo reconhecimento de seus filhos manauaras!!
    lindissima homenagem Lú!

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  3. oh Manaus, cheia de brilho, cercadas pela maior biodiversidade do mundo, tão timida aos olhos do mundo, mas com brilho próprio daquela que levou o Brasil ao crescimento econômico. ficam meus agradecimentos por mais um ano de história, da linda história de um povo batalhador, aguerrido e sofrido.

    Parabéns Manaus pelos seus 343 anos!!!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Esse texto tocou minha alma. Ainda mais que vim do nordeste com a minha família em buscar de uma vida melhor, e realmente, essa cidade é linda, visitei todos os pontos que você citou no texto e hoje estudo na 1° primeira universidade do Brasil e também moro perto do porto de Manaus, quase ao lado da primeira instalação do primeiro bonde da cidade. Parabéns pelo magnífico texto e, viva a Paris dos trópicos.

    Abraço, Luciana!

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