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29 de outubro de 2012

Maria


Lembra quando, pequena e frágil
Descia pulando as escadas, ágil
Corria a esquina pra lhe ver passar
Toda iluminada de luar
Cercada de estrelas à velar?


E quando, a voltar
De ouro de Sol banhada
De flores da terra rodeada


De mãos dadas andar
A praça atravessar
Homenagens a lhe render


“Maria de Nazaré” cantar
E então, crescer...

Pescaria guardar
Arraial ajudar
Mas nunca esquecer


Pois como mãe e senhora,
Apenas uma coisa quer:
“Fazei tudo que Ele disser...”
Lembrai dele sem demora
Jesus


Trilha Sonora deste post: Maria de Minha Infância e Maria de Nazaré - Ambas de Padre Zezinho

*Registros de Outubro/2012, nos Festejos do Círio de Nazaré - Manaus - Amazonas

24 de outubro de 2012

Manaus: o ontem e o hoje de seus contrastes


É impossível não perceber as mudanças que a passagem do tempo revela. Se já é tão perceptível quando se observa o aspecto físico de uma pessoa durante sua vida, o que dirá sobre uma cidade como Manaus, em seus mais de três séculos de história, contada através de seus prédios, monumentos, praças e ruas. Para viajar no tempo, basta um olhar em uma simples fotografia do início do século XX. Para perceber as mudanças que ocorreram com o passar dos anos, um breve passeio pelas suas ruas já seria suficiente.

É difícil não notar a diferença arquitetônica entre seus prédios, como o Teatro Amazonas, e os prédios e obras recentes, construídas junto a Zona Franca. Enquanto os primeiros nasceram em uma época próspera em que Manaus tinha a alcunha de “Paris dos Trópicos”, os últimos demonstram a transformação que o parque industrial trouxe para a cidade. Demonstram a mudança de sua economia: do extrativismo da borracha para o desenvolvimento de equipamentos eletroeletrônicos, entre outros produtos.


Esse contraste também é notado em sua forma de ser, antes acostumada com o esplendor que o “ouro branco” lhe trazia: construções grandiosas com estruturas e detalhes importados; roupas lavadas na Europa, de onde vinham as maiores novidades de seu comércio; uma das primeiras a implantar iluminação elétrica pública, bonde elétrico como transporte coletivo, telefonia e ter a primeira universidade do Brasil, a então Escola Universitária Livre de Manáos.


Esse luxo cedeu espaço, após um período de decadência com o fim do império da borracha, para a sua expansão: com avenidas, viadutos, seus ainda tímidos arranha-céus, o maior porto flutuante do mundo e a Ponte do Rio Negro, oriundas de uma nova face. Uma nova cara pra cabocla menina dos olhos do mundo, escondida entre a maior floresta tropical do planeta, banhada pela maior rio em extensão e volume d’água da Terra.


Todo esse contraste se revela ainda mais entre os seus moradores. De todas as raças e credos, nascidos de sangue miscigenado de índios, negros e brancos. De diversas etnias indígenas, africanas ou do Velho Continente. Migrados do interior do Amazonas, do Nordeste do Brasil ou da Ásia. Todos se reúnem neste espaço de terra, sob o sol equatoriano, que brilha igualmente para cada um.

Em 343 anos de existência da mãe dos Deuses, Manaus, faltam apenas que os ilustres habitantes dessa pequena amazona cuidem mais, defendam com brio e se orgulhem desta cidade, rica em história e gigante em nosso país e em nossos corações manauaras.



Conheça mais sobre Manaus e sua história.



*Texto baseado na redação escrita ao Processo Seletivo Contínuo (PSC), Etapa III, para ingresso na primeira universidade do Brasil, a agora Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

*Fotos extraídas de: Comunidade Manaus de Antigamente - Facebook e Ponte do Rio Negro - Wikipédia

12 de outubro de 2012

Romaria




Romaria
Composição: Renato Teixeira 

É de sonho e de pó
O destino de um só
Feito eu perdido em pensamentos
Sobre o meu cavalo

É de laço e de nó
De jibeira, o jiló
Dessa vida, cumprida, a sol

Sou caipira, pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Sou caipira, pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

O meu pai foi peão
Minha mãe, solidão
Meus irmãos perderam-se na vida
À custa de aventuras

Descasei, joguei
Investi, desisti
Se há sorte
Eu não sei, nunca vi

Sou caipira, Pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Sou caipira, Pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Me disseram, porém
Que eu viesse aqui
Prá pedir de romaria e prece
Paz nos desaventos

Como eu não sei rezar
Só queria mostrar
Meu olhar, meu olhar, meu olhar

Sou caipira, pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Sou caipira, Pirapora
Nossa Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

Sou caipira, Pirapora
Nossa Senhora de Aparecida.